BRASÍLIA - (Atualizada às 15h58) Sindicalistas impedem o início da assembleia geral extraordinária da Eletrobras que vai deliberar sobre a proposta de venda das distribuidoras da estatal. A reunião estava marcada para as 14h.
Representantes do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal, ligado ao Coletivo Nacional dos Eletricitários, interditaram a entrada do escritório da Eletrobras em Brasília, local do encontro.
Outro grupo de sindicalistas está dentro do prédio impedindo entrada de acionistas ao auditório onde estava prevista a reunião. “Estamos no acesso à porta do auditório”, afirma Emanuel Torres, diretor da Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel).
Os sindicalistas também barram a entrada de jornalistas no prédio.
Por volta das 15h30, a secretaria da AGE fez nova tentativa de conduzir os acionistas pela garagem do prédio, mas o caminho seguido pelo grupo de investidores acabou encontrando manifestantes. Os sindicalistas impediram a passagem e os acionistas recuaram.
Os investidores estão na área comum do shopping onde fica uma das entradas do escritório da Eletrobras. A secretaria da assembleia ainda tenta instalar a reunião, mas não há sinais de que a reunião começará.
Dois ônibus de policiais estão do lado de fora. Mas, até o momento, não foram acionados. O movimento é pacífico. Líderes dos sindicalistas afirmaram que não vão entrar em conflito com a polícia caso ela seja acionada.
De acordo com os manifestantes, há movimentos semelhantes em frente às sede de cada uma das seis distribuidaros - Amazonas Energia, Ceron (Rondônia), Eletroacre, Boa Vista Energia (Roraima), Cepisa (Piauí) e Ceal (Alagoas).
À distância
Os acionistas da Eletrobras que já manifestaram seus votos à distância decidiram, em maioria, recusar a proposta de venda das distribuidoras. De acordo com o mapa de voto à distância para a assembleia, os acionistas também votaram, em sua maioria, contra a liquidação das distribuidoras, caso a venda dessas empresas não seja aprovada na assembleia.
De forma geral, os acionistas que votaram à distância foram contra a venda seja pela forma proposta pelo conselho de administração da Eletrobras, que defende a assunção, pela holding, de apenas R$ 11,2 bilhões de dívidas das distribuidoras, seja pela alternativa que prevê que o grupo também assuma os créditos e débitos relativos a encargos setoriais em aberto. Mesmo sem aprovarem a venda, assim, os acionistas recusaram a proposta de dissolução e liquidação das empresas.
Os acionistas que votaram à distância também se manifestaram contrários à proposta de a Eletrobras ficar com até 30% do capital das distribuidoras após a transferência de controle para um acionista privado, hipótese incluída na modelagem de venda das empresas, pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
Por Rodrigo Polito e Rafael Bittencourt | Valor
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