As principais bandas que vão animar a volta dos carnavais de
clubes em Viana são: a velha conhecida, VADIA; CISK SOM e RABO SECO VENENOSA.
Dito isto, vamos relembrar o nascimento do apelido “racha-bucheha”, nome carinhoso dado às
bandas de sopro pelos vianenses.
Até a metade dos anos oitenta, o carnaval vianense se
situava numa espécie de circuito central. Na Rua Antonio Lopes, onde hoje
funciona o Fórum Eleitoral, existia o Alvorada Clube – que recebia um público
heterogêneo, sem distinção de raça ou poder aquisitivo. Na paralela, Rua
Coronel Campelo, tinha o Cinelândia Clube, que fazia uma folia misturada com
banda de metal e som mecânico. Ficava entupido até o gogó. Mais abaixo, na
mesma artéria, o Jaguarema se gabava de ser o rei do carnaval. Era ali que os
negros e as famílias mais pobres se sentiam mais a vontade para brincar. O
clube recebia várias caravanas da Zona Rural durante a folia. Um pouco mais
para frente, ao lado da prefeitura, o Grêmio Cultural exibia charme e glamour
com grandes bailes frequentados pelas camadas mais abastadas. Enfim, tinha
clube para todos os foliões.
Mas, foi no Jaguarema que ocorreu um dos episódios mais pitorescos e lembrados do carnaval vianense. Numa terça-feira de folia, lá pelas tantas da madrugada, depois de dois turnos de sopro, os músicos da banda do Povoado Tocoíra estavam extenuados, loucos pra encerrar a festa. No entanto, os foliões ainda estavam no pique total, parecendo que era só o início do carnaval. Então tocou aquele “tarará, tarará, tarará”, vinheta que anuncia o final do baile.
Nisso, o senhor Manoel Soeiro - que era o presidente do
clube -, irrompe no salão e, com o dedo em riste, diante do palco dá um
tremendo carão nos músicos.
“ – Não senhor, pode continuar! Nosso contrato não foi esse...
- ...é pra tocar até rachar buchecha”!
Muitos risos, gritos e aplausos.
Então o maestro tocou a vinheta de reinício do baile e, para
alegria dos brincantes, a festa foi até de manhã. Aí sim, quem não aguentava
mais eram os foliões.
“...Paga o garçom meu amor vamos embora, está na hora, está na hora.
Tudo o que é bom dura pouco, passou de três é demais, todo mundo está ficando
louco, ninguém aguenta mais...”
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