Houve um tempo que a Baixada Maranhense gozava de pujança
política. Tempos em que só na Assembleia Legislativa eram mais de uma dezena de
deputados da região. E isso quando possuía menos de 200 mil habitantes lá pelos
idos de anos 80/90.
Atualmente a Baixada agrega quase 500 mil habitantes, mas
não tem a força política compatível com estatística populacional desse belo e
rico pedaço de chão maranhense.
Além dessa flagrante falta de representatividade política da
Baixada Maranhense, principalmente no âmbito do parlamento estadual, percebe-se
uma completa falta de articulação das lideranças baixadeiras em torno de uma
pauta comum. Via de regra prevalece a disputa tacanha sem qualquer elemento
estratégico para o conjunto da região. O resultado não poderia ser outro senão
a pobreza quase que generalizada.
Ver-se a bancada do Sul do Maranhão na Assembleia
Legislativa é percebe-se o quanto os deputados são atuantes em defesa da região
deles. Há disputas, evidentemente, mas na hora que está em jogo o interesse da
Sul os parlamentares vão pra cima. Não é à toa que o movimento divisionista é
forte entre eles. Falta esse sentimento “territorialista”, por assim dizer, aos
políticos da Baixada.
Quando se visita a Baixada Maranhense a impressão é de que a
região estacionou no tempo. E pior: parece que a população se acostumou com
aquela vida quase idílica onde um pouco basta para sobreviver. Essa situação
deve-se principalmente à fragilidade política da região.
Nesse sentido, movimentos surgidos a partir da sociedade
civil, como é o caso do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense, são fundamentais
enquanto instrumentos de pressão. Mas só o fórum não pode fazer muita coisa: é
preciso força política real e concreta, que só é possível com representação
popular e uma agenda estratégica unificada de prefeitos, vereadores,
empresários, movimentos sociais etc.
Conclusão: ou a Baixada Maranhense se une em torno de uma
pauta comum levando em conta suas dificuldades e potencialidades, ou a região
vai continuar por muitos anos ainda sendo tão somente uma gigantesca fazenda
não somente de búfalos, mas de gente também.
O que é uma pena.
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