Em entrevista ao programa Fantástico da TV Globo na noite deste domingo, o ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) pediu ao Brasil “que não desista do isolamento social”.
Mas o tom foi, sobretudo, conflituoso com o posicionamento de Bolsonaro perante o surto.
O ministro afirmou que se preocupa com as mensagens conflitantes na condução ao combate ao coronavírus.
Mandetta disse saber que a população espera “uma fala única, uma fala unificada” pois o discurso atual “leva o brasileiro a uma dubiedade.”
"Ele (o cidadão) não sabe se escuta o ministro da Saúde, se escuta o presidente, quem é que ele escuta, né?”
“Então a quem ouvir”, questionou o repórter?
Mandetta não respondeu diretamente, mas não deixou dúvidas.
“Se você tem diabetes e vai a um médico e ele diz pra não comer doces…”
“Não vai ser por mágica, é com ciência”, declarou ele em alusão aos delírios de Bolsonaro e às mentiras espalhadas pelos filhos do presidente.
Sempre buscando uma forma não tão explícita, Mandetta declarou que:
“O presidente olha muito pelo lado da economia; O Ministério da Saúde chama pelo lado de atenção à vida.”
Em recado a empresários que pressionam por um afrouxamento nas regras de isolamento, Mandetta alertou que “ainda não enfrentamos o lockdown”.
“Se cada empresário achar que deve trabalhar, que seu negócio é essencial, depois nós vamos mostrar o resultado dessas atividades”, repreendeu.
Mandetta também pediu respeito à autonomia dos prefeitos e governadores. Afirmou que “cada um sabe o que está fazendo”, em mensagem direta a seu chefe.
Sem meias palavras, Mandetta foi irônico:
"Quando você vê pessoas na padaria… é uma coisa equivocada.” Nesta semana, Bolsonaro foi a uma padaria.
O ministro disse saber que os números referentes aos casos estão subestimados e advertiu que os meses de maio e junho “serão de maior stress para o sistema de saúde”.
Na tarde de hoje, em live com religiosos, Bolsonaro havia declarado que “o vírus está indo embora” e que o que estaria “chegando e batendo forte” é “a questão do desemprego”.
O Brasil hoje tem registrado 1.223 óbitos e pelo menos 22.169 casos confirmados.
Fonte: DCM.
Disponível ;
Acesso: 13 de Abril de 2020.
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