quinta-feira, 30 de junho de 2016

AVES DA RAÇA “CANELA-PRETA” SÃO APRESENTADAS NA AGRITEC DE GRAJAÚ PARA RESGATAR A DIVERSIDADE GENÉTICA NA AVICULTURA MARANHENSE



Pela primeira vez, uma Feira da Agricultura Familiar e Agrotecnologia do Maranhão (Agritec) leva para a vitrine tecnológica do evento a galinha nativa “Canela-Preta”, como forma de resgatar essa raça no Maranhão.
A reintrodução das aves “Canela-Preta” está sendo realizada por meio do projeto “Produtores do Futuro”, desenvolvido pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) junto com instituições de pesquisas, como a Embrapa Meio Norte e escolas agrícolas.
No Maranhão, nos municípios de Timon, Codó, Alto Alegre e Itapecuru-Mirim, uma parceria entre o Governo do Estado, por meio do Sistema da Agricultura Familiar, com a UFPI, está desenvolvendo o projeto que busca resgatar a criação da galinha geneticamente de raça pura.
A raça de galinha caipira “Canela-Preta” é caracterizada por possuir tarso e falanges de coloração preta, corpo predominantemente preto e possuidoras de uma carne de coloração mais escura, se comparado com as demais galinhas caipiras brasileiras.
Para o presidente da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Agerp), Júlio César Mendonça, a Agritec Grajaú deu oportunidade aos agricultores de conhecer esta raça de ave como uma alternativa de criação devido à pouca dependência de insumos externos.
“Os agricultores conhecem essas galinhas, mas que ficaram perdidas no tempo e queremos resgatá-las no Maranhão,” enfatizou o presidente da Agerp, Júlio César Mendonça.
De acordo com a pesquisadora da UFPI, Débora Carvalho, essas galinhas de raça “Canela-Preta”, também conhecidas como “jacú”, são nativas do Nordeste e o projeto está sendo aplicado no Piauí e agora no Maranhão. O estado piauiense, conforme Débora, possui 21 municípios trabalhando com esta raça.
“Essas aves existem no Maranhão, mas mestiçadas com outras raças de aves. E nós estamos trabalhando para trazer de volta estas aves de material purificado para seus estados de origem”, disse Debora Carvalho.
O projeto é implantado para famílias que possuem aptidão a este tipo de atividade e ainda é desenvolvido nas escolas agrícolas dos municípios como didática para o ensino e para nucleação das aves para a região.
O jovem Darlan Alves, técnico agropecuário e um dos maiores produtores de aves “Canela-Preta” do Piauí, esteve na Agritec para contribuir com a transferência de conhecimento e tecnologia sobre a criação dessa raça.
“Eu comecei com 20 pintos o projeto e hoje possuo 140 matrizes e comercializo para aqueles que pretendem começar a criar esta ave. Uma das vantagens da “Canela-Preta” é por ela não depender de insumos, ou seja, precisam apenas de alimentação à campo, suplementada somente com milho no início e ao final do dia, ” destacou Darlan Alves.
A reintrodução dessas aves no Maranhão é uma alternativa viável para os agricultores familiares por ser de fácil manejo e com valor comercial agregado de comercialização por ser uma raça pura geneticamente.  
No município de Timon, na comunidade Buritizinho, uma família foi beneficiada há três meses com o projeto das aves “Canela-Preta”. Segundo o gestor Regional da Agerp do município, Aécio Borges, que presta assistência técnica no povoado, a família de agricultores já desenvolvia a atividade de criação de aves e a Regional levou a proposta para o projeto.
“A Região que envolve Timon, Caxias e Codó possui um polo de restaurantes que consome galinha caipira e o objetivo da Agerp é resgatar estas aves na Região e também abastecer o mercado consumidor, e para isso estamos desenvolvendo pesquisa para saber o real custo benefício da ave para comercialização, ” pontuou o gestor de Timon, Aécio Borges.


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